Um trabalho
que adorei e certamente irei reproduzir com meus alunos é a história coletiva.
Veja como ficou a história do nosso grupo.
O
nevoeiro
No entardecer chuvoso do
mês de outubro primaveril, admirava-se os pequenos pingos de chuvas nas folhas
e flores. Como de relance um estrondoso barulho agitou toda paisagem até então
pacata e silenciosa. Dentre o nevoeiro eis que surgiram pequenos pássaros e animais
da floresta assustados com o barulho. Que som seria este, que perturbou cenário
tão fabuloso?
No ano de 1965 inicia a
história de Tuane, uma menina sonhadora, que vivia com seus pais numa cidade do
interior. Eram uma família humilde, trabalhavam no campo, e o que produziam lá,
era para o sustento próprio. O restante vendiam na cidade, que iam apenas uma
vez por mês.
A menina passava boa
parte do seu tempo sozinha. Isso, quando não estava na companhia de sua querida
mãe. Ela adorava caminhar pelos campos, andar a cavalo, ouvir o canto dos
pássaros, entre outros animais que viviam ali. Enfim, desfrutava com muito
prazer a vida tranquila daquele lugar.
Certo dia o cavalo da
doce menina retornou sozinho para casa, seus pais preocupados percorreram todo
o lugarejo a procura de Tuane, a filha amada. Foi quando sua mãe avistou de
longe caída sob uma singela flor campestre a medalhinha que dera a menina no
dia de seu nascimento, um amuleto que a protegeria para sempre das forças
sedutoras das inovações tecnológicas, dos celulares ultra modernos e dos
tablets hipnotizadores…
Estarrecida, quase imóvel
ficou Dona Amalga , no momento em que lembrou que naquela semana um novo
morador instalara-se em uma casinha ali nas redondezas. Era um tipo muito
estranho, calado, com barbas longas, cabelos grisalhos e compridos.
Encobria seu rosto com um gigante chapéu de cor amarelo com manchinhas
vermelhas que mais lembravam gotículas de sangue…
Mal sabia Dona Amalga o
porquê daquele senhor instalara-se, logo no mês de outubro, naquele local tão
pacato. Ao passar em frente de sua casa, ela fica apavorada sente calafrios ao
vê-lo, pois ele tem um aspecto sombrio e sinistro.
A mãe da menina procura
pistas sobre sua amada filha, a procura, e como se estivesse em num labirinto
misterioso, chega a lugares que nunca soubera da sua existência. O desespero
toma conta do seu corpo, quer sua filha de volta, mas não sabe como revê-la.
Talvez o medo do desconhecido? Qual será a saída para esta situação? É faz
descobertas que podem ameaçar aquele homem instigante e sua estabilidade.
Débora Silva
O pai da menina Seu José
pegou o machado, ferramenta que usava na lida do campo diariamente, e resolveu
ir até a casa do tal sujeito. Dona Amalga, estava com um pressentimento ruim,
dizia ao marido para não ir lá, pois o pior poderia acontecer. Mas como um ato
de bravura e maior demostração de amor que podia fazer pela filha Tuane, ele
foi.
Mesmo escuro já da noite,
Seu José caminhou apressadamente até o casebre do Senhor suspeito, cada passo
que dava a sensação é que o trajeto aumentava dois passos. Quando conseguiu
avistar a casa o coração acelerou. Foi chegando perto e começou a ouvir ruídos,
será da noite ou vinham da casa?
Chegando lá o pai da
menina avistou entre as frestas da janela sua filha amarrada e amordaçada,
sendo torturada psicologicamente e até fisicamente por aquele pacato, mas
sinistro senhor. Mas o pai num ato destemido, colocando sua vida em risco
adentra na casa desarmado, enfrentando aquele homem sombrio, procurando livrar
a filha do seu algoz.
O homem desesperado atira
contra o pai da menina, que mesmo ferido consegue soltar a filha. Que sai
correndo desesperada a pedida de socorro pelo descampado afora.
Correndo, gritando,
chorando e implorando ajuda Tuane corre pelo descampado afora ferida, sem saber
como estaria seu pai, mas como um passe de mágica eis que surge a sua frente um
soldado que passeava em pleno nevoeiro com seu alazão pelo descampado. Seria sorte
ou destino, mas estava ali na sua frente aquele homem forte e gentil.
Apavorada ela não
conseguia pronunciar com clareza o que estava acontecendo, eis que o soldado
lhe deu um pouco de água que carregava após beber um pouco da água e respirar
fundo ela conseguiu relatar o que estava acontecendo.
Sentada em uma pedra, com
lágrimas nos olhos Tuane já não tinha mais forças para conter sua imensa
tristeza, sua única esperança ainda era ver seu pai vivo, apos ter contado
resumida a sua história o soldado pegou seu alazão e correu em uma velocidade
imensa, que em segundos desapareceu em pleno nevoeiro. Antes de partir havia
pedido para que Tuane aguardasse que outros dois soldados iria lhe acompanhar
até sua casa com segurança.
Tuane levantou-se da
pedra e tentou andar mais foi derrubada por suas pernas tremulas, mal conseguia
pensar no que fazer, mais algo lhe dizia que não poderia ficar ali esperando
que deveria ir atrás de seu pai ver como ele estava, uma angústia pousava em
seu coração comprimindo de tristeza e dor.
Mesmo exausta, Tuane
levantou-se e seguiu em direção a casa do mal feitor. As lágrimas escorriam em
seu rosto, e suas pernas bambas já não aguentavam tanto esforço, precisavam que
parasse. Mas o amor pelo pai, e sua coragem a fizeram seguir em frente.
E quando estava se
aproximando da casa, a menina percebeu o cavalo do soldado amarrado em uma
árvore.
O silêncio era
aterrorizante, e ela tremia muito, mas sua determinação era maior, então seguiu
caminhando devagar, tentando não fazer barulho.
Ao chegar na porta, ouviu
vozes, e ficou confusa, pois as mesmas estavam claras em sua memória, eram do
soldado e do mal feitor que conversavam tranquilamente.
Os dois tramavam sim,
como capturar a jovem menina e seu amuleto, pois somente eles abririam o portal
de acesso às tecnologias, tão temidas pelos simples camponeses. Mas o que
será que os assustava tanto ? Queriam eles a eterna ignorância para seus filhos?
Ou desejavam eles aprisionar as crianças no mundo encantado da infância? As
crianças mudariam suas maneiras de pensar e agir?
A menina continuava
tremula e sem forças para correr. Os segundos pareciam horas, ao longe começa
escutar um pequeno barulho. Eram pisadas fortes, o coração acelera, o máximo
que ela faz é deitar no chão no encostada de um pedra. (Márcia Erondina)
Parecem ter esquecido o
pobre pai, todo insanguentado, moribundo, praticamente inconsciente. Mas com a
correria e os gritos da menina pela floresta, o restante do grupamento de
soldados foi ajudá-la a socorrer o pai a tempo de salvá-lo e levá-lo ao
hospital mais próximo.
Mais aliviada com o
socorro que o pai recebeu, Tuane conseguiu chegar em casa, salva e guardando
ainda o amuleto e o seu poder consigo.
Abrigada em um lugar
seguro, organizando os pensamentos e tentando entender tudo o que estava
acontecendo, Tuane se perguntava por que isto estava acontecendo com ela? O que
teria este amuleto de tão importante? Resolveu procurar respostas no baú de
seus ancestrais que estava guardado no sótão.
O velho baú guardava
muitas lembranças e tesouros da família, lá tinha cartas, diários, roupas
e quadros de seus ancestrais. Porém um papel bem gasto pelo tempo e muito
bem dobrado que estava escondido no forro do baú talvez desvendasse todo este
mistério.
Pegou o papel em suas
mãos e começou a tremer do nada, por uma longa pausa venho em sua cabeça tudo o
que havia passado, das conversas do soldado ,com aquele senhor estranho, o
amuleto que sua mãe dera quando ainda era criança. Resolvera assim abrir o
papel,quando escutou a porta se abrir e sua mãe Dona Amalga aparecer na porta e
chamou a para tomar café, Tuane olhou para o papel novamente e guardou no
baú, deu uma suspirada e seguiu a mãe até a mesa do café, em silêncio sentada
na mesa Tuane adormece em seus pensamentos.
Exausta dos últimos
acontecimentos , sua mãe Dona Amalga, chama sr Faustino um amigo da família que
trabalhava na lavoura junto com seu marido por tantos anos para carrega-la até
seu quarto. Sua mãe admira sua filha adormecida depois do dia exaustivo e
suspira aliviada por ter sua filha de volta e segura e com seu segredo
guardado. Segue até o sótão, desce as escadas e pega o baú que até poucos
minutos estavam nas mãos de sua filha, tira do fundo do baú o papel dobrado em
vários pedaços, pega o fósforo que esta em cima do criado mudo e queima o
papel. Nunca mais ninguém saberia o que esta escrito naquele pedaço de papel
além de Dona Amalga.
Ela olhava para filha,
mexendo em seu cabelo, desenrolando os grampos de cabelo que havia nele. Sentia
um cheiro de jasmim vai até a balaustra e lança um suspiro anafórico.
Esse cheiro fez Dona Amalga viajar alguns anos, e
seu passado veio em sua memória. Lembrou como se fosse hoje, seu pai lhe
dizendo que tinha construído um amuleto muito poderoso para protege-lá de algum
mal futuramente. Ele contou para ela, que estava fazendo uma pesquisa e teve
uma descoberta, mas que a mesma foi roubada pelo seu sócio, um cientista
maluco, e que o mesmo poderia usar de maneira errada.
Também lhe entregou, um pedaço de papel que
constava todas as etapas de sua pesquisa, que envolvia projetos tecnológicos.
(Adriana Guerra)
Dona Amalga lembra que prometera ao pai que jamais
deixaria Petrus, o discípulo infiel do cientista colocar as mãos no amuleto,
pois o real segredo da pesquisa estava registrado naquele objeto que agora
só poderia ser ativado pela inocente e sincera Tuane. Será mesmo
que Tuane conseguirá despertar o poder do Crystal? Seria o mundo nas
mão de uma criança?
Dona Amalga volta ao seus afazeres diários, quando
novamente avista o tal sujeito, o mesmo que tinha levado a Tuane, fazendo
caminhadas em torno da casa. Fica paralisada, a sua cabeça para girar, e cenas
de quase 40 anos atrás voltam a sua cabeça. O Petrus estava por perto,
estava rondando a sua casa. O que fazer? Como afugentar esse sinistro da
sua volta?
Quando menos esperava, Petrus
bate na porta. Sem saber o que fazer, abrir ou não se esconder. Tudo aconteceu
de um modo tão inesperado, seus nervos estavam a flor da pele, estava ali
estática. E se Tuane acordasse, pobre menina.
Permaneceu assim por alguns
minutos, e Petrus retornou a bater. Todo seu passado estava de volta em poucos
dias sua vida pacata se transformou em um caos. Deveria abrir a porta,
enfrentar de uma vez por todas tudo que ficou trancafiado até agora.
Porém sem ninguém esperar
aquele simples assistente de cientista criara por incrível que pareça uma
máquina do tempo quando trabalhou com o cientista no passado. E usou essa
máquina para trocar o papel certo pelo errado, antes que Dona Amalga o
queimasse. Só precisava da menina para reativar o poder do amuleto naquela
noite sombria, para assim liberar as tais tecnologias escondidas desde os anos
60. O que poderia o deixar rico, famoso e o fazer se casar com a jovem Tuane.
Tuane acordava com o susto de um pesadelo terrível
que tivera, mais ao acordar viu que seu amuleto brilhava na escuridão de seu
quarto, não entendendo o que estava acontecendo levantou-se da cama e pegou o
seu amuleto na mão o mesmo começou a voar no ar como se quisesse mostrar um
caminho para a bela jovem. Tuane levantou e começou a seguir o amuleto para ela
aquilo ainda era um sonho desceu as escadas em silêncio e dirigiu-se até a
porta dos fundos, não havia ninguém que pudesse impedir ela de sair, seguindo o
amuleto naquela escuridão imensa só o que conseguia ver era seus pés descalços
sentindo os pedregulhos da caminhada, pensaras onde estaria indo? O que o
amuleto queria mostrar? Era tudo tão vago em sua mente.
Saindo para rua Tuane encontrou a máquina do tempo
e com ela aquele jovem ajudante de cientista que estava a sua espera, ela olhou
para ele e viu que aquele olhar era muito conhecido. Ele relatou todas suas
aventuras na máquina do tempo e que lá dentro teria uma surpresa para ela. Não
sabia como, nem o por que mas sentia uma enorme confiança naquele rapaz.
Ao entrar na máquina encontrou lá seu pai. O jovem
havia utilizado os poderes da máquina e resgatado o seu pai. Ela abraçou com
força e ternura seu pai. E depois deu um longo beijo de agradecimento no jovem
e foram felizes para sempre.
Fim