Afinal
o que seria o “Método Clínico”? Após a aula presencial onde a da professora Darli
Collares explanou sobre o tema fomos desafiados a aplicar o teste clínico com
um aluno. Witmer, psicólogo norte-americano foi o primeiro a adotar o termo que
serviria para prevenir e tratar indivíduos com possíveis problemas mentais e/ou
crianças com dificuldades escolares.
Para Piaget o “Método
Clínico” é a análise da gênese e também das peculiaridades do conhecimento. Uma
investigação acerca do conhecimento do ser humano, como este é construído,
abandonando um estágio de inteligência inferior e adquirindo um estágio superior.
Permeada
por dúvidas e insegurança realizei o teste com um menino de 6 anos matriculado
e que freqüenta regularmente o primeiro ano do ensino fundamental. Este aluno em
poucos meses de vida escolar já é tachado como “aluno problema”, pois não
consegue contar nem até dez, tem dificuldade de relacionamento e não consegue
ficar sentado na cadeira.
Apliquei
primeiramente o teste de “Conservação da Massa (quantidades contínuas)”, neste
teste o material utilizado é massa de modelar. Inicialmente formei duas
bolinhas de massa de modelar iguais no formato, porém de cores diferentes,
perguntei para o menino se tinham a mesmo tamanho, ele respondeu que não a
bolinha de cor vermelha era maior, questionei como ele chegou esta conclusão.
Ele prontamente me respondeu que foi por causa da cor que vermelho é uma cor
muito forte. Em seguida transformei a bolinha amarela em salsicha e repedi a
pergunta, ele novamente afirmou que a vermelha era maior pelo mesmo motivo. Neste
momento percebi insegurança em minha postura e fiquei perdida sem saber como
questioná-lo.
A prova
seguinte foi de classificação, utilizei conjuntos de brinquedos de plástico
como baldinhos, apitos, peões, pentes, etc. Por ansiedade não permiti que ele
manipulasse os objetos, fui logo pedindo que ele os organizasse. Ele
prontamente resolveu como organizaria os objetos. Ele resolveu organizá-los por
“amigos”, objetos iguais juntos. Ele tem uma noção de quantidade quando
perguntei a quantidade de objetos que tinha, ele respondia se muitos sete, se
poucos dois.
Preliminarmente
imaginei fazer uma entrevista clínica semi-estruturada com perguntas básicas
que seriam ampliadas e complementadas de acordo com as respostas do menino,
porém não consegui seguir o script. As respostas na entrevista clínica deveriam
ser desencadeadas a partir das minhas perguntas. Porém percebi que as respostas
foram influenciadas por minhas intervenções. Acredito que os principais erros
cometidos na entrevista clínica foram os objetivos imprecisos, além é claro da
forma insegura de perguntar, diversas vezes induzindo e direcionando as
respostas do menino. Não consegui avaliar a clareza e a segurança das respostas
do menino e tão pouco realizar contra-argumentações.
Ao
realizar está primeira tentativa de realizar o teste do Método Clínico de Jean
Piaget foi uma proposta riquíssima que nos possibilitou um dialogo diferente
com uma criança, o raciocínio infantil me fascinou. Dedicar este momento para
descobrir o que passa naquela cabecinha tão inquieta foi gratificante.
Disponível em:<https://i.ytimg.com/vi/K_-Hl8NzQAo/hqdefault.jpg> acesso em 12 dez 2017.
Referência:
DELVAL,
Juan. Introdução à prática do método clínico. Descobrindo o pensamento das
crianças. Porto Alegre: ARTMED, 2002.
MARQUES,
Tania B. I. Sobre a aplicação das provas operatórias. Porto Alegre: 2015.
MARQUES,
Tania B. I. Método clínico piagetiano: Exemplo de transcrição. Porto Alegre:
2015.
MARQUES, Tania Beatriz Iwaszko. PROVAS
OPERATÓRIAS. Disponível em:
<https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2211402/mod_resource/content/1/Apostila%20M%C3%A9todo%20cl%C3%ADnico.%20Provas%20operat%C3%B3rias%20de%20Tania%20B.I.%20Marques%20e%20J%C3%BAnior%20S.Frezza.pdf>
acesso em 05 dez 2017.