quarta-feira, 9 de novembro de 2016

OS NEGROS E A CIDADE DE PORTO ALEGRE

No mês de novembro temos o dia da “Consciência Negra”, os historiadores e ativistas organizaram diversos materiais e também atividades para mostrar e ensinar o que os hábitos e costumes dos negros da cidade de Porto Alegre.
Assim foi criado o percurso dos negros em Porto Alegre chamado de “Territórios Negros” que buscam relembrar desde o período colonial até a contemporaneidade o que os negros faziam e fazem. Este percurso passa por diferentes locais contando o que acontecia ali.

·                    Largo da Forca, atual Praça Brigadeiro Sampaio, localizado próxima a usina do Gasômetro, era onde ocorriam as execuções dos negros condenados em processos que prescreviam, geralmente, penas mais duras para os escravos.  Atual praia fazia parte da praia do Arsenal, que abrigava estaleiros, ficou conhecida como Largo da Forca por ser caracterizada como um lugar ermo, de mau aspecto, onde ocorriam as execuções de condenados a morte.  Em 1832 a construção de uma cadeia pública é iniciada e abandonada nos alicerces. Em 1856 a área foi aterrada, ajardinada e arborizada, recebendo a denominação de Praça do Arsenal. Ao longo da sua história a praça passa por diversas reestruturações ficando com o nome de Praça Brigadeiro Sampaio em 1965.



·                    Pelourinho de Porto Alegre ficava situada em frente à Igreja Nossa Senhora das Dores, era onde os escravos eram castigados quando quebravam  as regras da escravidão. 







·                    Largo da Quitanda, hoje Praça da Alfândega era o local onde as negras minas (quitandeiras) circulavam com seus tabuleiros e balaios oferecendo seus quitutes. Neste mercado a céu aberto, localizado nas imediações do antigo Cais do Porto, comercializava-se de tudo: frutas, carne seca, lenha, pinhão, peixe, ervas, chás, amendoim e hortaliças.



·                    Mercado Público que foi construído por escravos e diz a lenda que no centro da edificação, foi feito um assentamento dedicado a um orixá, o Bará, dos cultos religiosos africanos e afro-brasileiros.



·                    Parque da Redenção, campo da várzea, local onde negros se reuniam nos domingos, ainda durante a escravidão praticando suas tradições, danças e jogos. Muitos permaneceram ali depois de 1884, quando ocorreu a abolição no Rio Grande do Sul.
·                    Colônia Africana, nas imediações das ruas Castro Alves, Casemiro de Abreu, esta região foi habitada pelos afro-brasileiros no final do século XIX. Negros Alforriados e os libertos ali estabeleciam moradia. Era um local da cidade que retrata também, o contexto histórico do nosso carnaval porto-alegrense, além da característica importante de que lá, também era o local onde negros libertos foram morar após abolição.
Assim, como no Areal, surgiram da Colônia grupos carnavalescos que de certa forma contribuíram para difusão e propagação do carnaval popular da cidade. Da Colônia Africana surgiram grupos carnavalescos importantes para história. Podemos citar alguns, como Aí-vem-a-Marinha, Prediletos, Embaixadores, Namorados da Lua e muitos outros que estão perdidos na memória.
Os tamboreiros após os rituais africanos iam para o fundo de quintal tocar tambores e surge o samba e o carnaval em Porto Alegre.

·                    Ilhota hoje é o local onde fica situado o Ginásio Tesourinha. Nesta região da cidade foi criada a Liga da Canela Preta pelos negros para a prática do futebol e também possuía uma ligação muito forte com o samba. Com revitalização da área na década de 60, a população negra foi deslocada para Vila Restinga.

·                    Quilombo do Areal, situado no Bairro Cidade Baixa. Este quilombo foi reconhecido como tal em 2004. A região integrava a propriedade do Barão e da Baronesa do Gravatahy. No final do século XIX e próximo abolição da escravidão, a região e as diversas formas de sociabilidade entre as famílias afrodescendentes possibilitaram o reconhecimento da Rua Luís Guaranha como “Quilombo Urbano”.


·                    Largo Zumbi dos Palmares, localizado na cidade Baixa, O Largo ganha esta designação a partir das marchas dos anos 70, promovidas por ativistas do movimento negro, que marcaram o início da atual fase de mobilização em favor da igualdade racial e de combate ao racismo.




Referências:
Disponível em: <http://www.cbg2014.agb.org.br/resources/anais/1/1404663795_ARQUIVO_DanieleMVieira.CBG2014.pdf> acessado em 09 de nov. 2016.
Disponível em: <http://museudepercursodonegroemportoalegre.blogspot.com.br/> acessado em 09 de nov. 2016.
Disponível em: <http://janeladahistoriaegh.blogspot.com.br/2012/06/territorios-afro-brasileiros-em-porto.html> acessado em 09 de nov. 2016.
Disponível em: <http://eubatuco.blogspot.com.br/2010/02/colonia-africana-um-reduto-carnavalesco.html> acessado em 09 de nov. 2016.











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