sexta-feira, 3 de julho de 2015

Reflexão sobre modelos pedagógicos



Quando conclui minha formação, recebi o diploma e uma bagagem imensa de teoria, porém ao adentrar em uma sala de aula como educadora me deparei com uma realidade totalmente diferente daquela que poderia imaginar, até mesmo porque o período de estágio, que teria a função de mostrar o que seria uma sala de aula além dos livros, fui presenteada com uma turma modelo. Uma turma pensante, independente e madura, a menina dos olhos de todos os aspirantes e veteranos professores. Sem mencionar a escola, uma escola pública bem localizada, organizada.

Sempre me visualizei como um professor reflexivo, por que desde que me conheço sempre questionei tudo, sempre questiono o quê e o porquê das coisas, nunca me conformei com o fracasso e sempre acreditei que tudo é possível, imaginava tudo se transformando, modificando e melhorando. Porém na pratica esse inconformismo me conduziu a grandes desafios e inúmeras dificuldades, até mesmo algumas decepções por querer deixar de lado a prática pedagógica disciplinar e inovar com a troca trabalhando interdisciplinaridade.

A prática pedagógica disciplinar parte do pressuposto que aprender é separar, e nós preferimos estar no sentido contrário, ou melhor, no sentido “horário” da complexidade e inteireza do conhecimento. Prática esta que cada professor pode desenvolver sozinho de seu modo sem sequer dialogar com pares da mesma área de atuação.

interdisciplinaridade desenvolve e vivência a capacidade de organização, potencializa a criatividade, articula o conhecimento de forma dialógica, promove a aproximação da comunidade interna e externa, experimenta, de fato, o trabalho em equipe e possibilita a prática do hábito da pesquisa. Porém neste modelo de trabalho o educador tem que dialogar com colegas, direção, supervisão e até mesmo com os educandos.

Trabalhando nesta segunda metodologia acredito que ocorre uma aprendizagem significativa dependendo é claro da disposição do aluno para aprender, além da seleção de conteúdos. A aprendizagem desse conteúdo envolve a realização de ações, é preciso fazer para aprender e seu domínio envolve o seu uso e aplicação em diferentes contextos.

Porém como tornar uma sala e a aula mais dinâmicas, favorecendo a realização de ações, e a promoção de vivências aos alunos, o exercício de habilidades que levem a autonomia para analisar e criticar os processos colocados em ação e seus resultados. Se todos os pilares da escola não aceitam e não querem mudanças, não aceitam inovações.

Entendo que todos os educadores precisam compreender sobre estes modelos e escolher aquele que melhor produza conhecimento no aluno. Contudo este mesmo professor precisa respeitar regras, a hierarquia e a organização da escola. Não tenho dúvidas de que aluno gostaria de formar, de que metodologia seria ideal para modificar nossa sociedade.

Porém a escola precisa ser que trabalhe a coletividade. Tenho convicção que a prática aliada a pesquisa são fundamentais para a compreensão do que está se fazendo. E se esta escola permitir em seu quadro um professor reflexivo irá formar indivíduos capazes, críticos e autônomos, aptos a escreverem a própria história e certamente teremos um mundo melhor.

 
 
 
BECKER, F. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Texto em PDF, disponibilizado pelo autor.

 ZABALA, Antoni.  Respostas do ensino à dispersão do conhecimento: esclarecimento conceitual. In: EnfoqueGlobalizador e Pensamento Complexo. Porto Alegre:ArtMed, 2002. (p. 26-30)

 

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