quarta-feira, 20 de junho de 2018

Avaliação




Leciono em duas escolas uma pública e outra particular percebo que na pública ainda estamos aprendendo a avaliar. Trabalhamos com provas e notas, as provas são iguais para todos os alunos da turma não levando em conta as particularidades de cada individuo. Salvo professores que realizam por sua conta e risco uma avaliação diferenciada.
Na escola particular por sua vez trabalhamos com grade de objetivos e parecer descritivo, somos orientadas à superficialidade para evitar conflitos com os pais.
Com metodologias diferentes ambas escolas usam da avaliação para mostrar aos responsáveis como esta a aprendizagem do aluno.
Apesar de várias reuniões pedagógicas para avaliar o processo de avaliação, percebo que ainda não encontramos um consenso. Pessoalmente percebo em minha prática uma gigantesca mudança utilizo diferentes instrumentos para avaliação, porém acredito que ainda estou longe do ideal.

“A prática da avaliação da aprendizagem, para manifestar-se como tal, deve apontar para a busca do melhor de todos os educandos, por isso é diagnóstica, e não voltada para a seleção de uns poucos, como se comportam os exames. Por si, a avaliação, como dissemos, é inclusiva e, por isso mesmo, democrática e amorosa. Por ela, onde quer que se passe, não há exclusão, mas sim diagnóstico e construção. Não há submissão, mas sim liberdade. Não há medo, mas sim espontaneidade e busca. Não há chegada definitiva, mas sim travessia permanente, em busca do melhor. Sempre!” (Luckesi, 2000)
           
        É visível que desconhecemos ou evitamos praticar a verdadeira função da avaliação, acredito que somos movidos pela nossa própria avaliação quanto professores. Como seremos avaliados pelos nossos superiores, pares ou até mesmo pelos pais e alunos. Visto que, toda a sociedade ainda vive em modelos classificatórios.

    Estamos em busca de novos mecanismos de avaliação que seja diagnostica e construtiva, que valorize a inclusão e a democracia procurando sempre o melhor para o aluno.


Referência:

FERREIRA, Lucinete. O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar. In:____. Retratos da avaliação: conflitos, desvirtuamentos e caminhos para a superação. Porto Alegre: Mediação, 2002. p.39-61.   
LUCKESI, Cipriano. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem?, Revista Pátio, ano3, n° 12, p.11, 2000.
Imagem disponível em: <https://pt.slideshare.net/marcelo1500/reprovao-tema-da-vi-reunio-geral-de-histria> acesso em 16 jul. 2018.



domingo, 17 de junho de 2018

Temas Geradores


A utilização de temas geradores proposta metodológica fundamentada por Paulo Freire seria o uso de práticas pedagógicas que valorizem a bagagem trazida pelo aluno, através de palavras chaves de fácil entendimento pelo aluno, palavras que fazem parte de sua rotina social. A partir da oralidade a construção escrita e visual terão significado para o aluno favorecendo a leitura de mundo.
[...] o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de idéias a serem consumidas pelos permutantes.”( FREIRE, 1987)
Ao usarmos temas geradores estaremos possibilitando a interatividade, uma relação de troca entre professor/aluno, onde ocorrerá diálogo, e procura por respostas quando há problematização. O aluno deixara a passividade e suas relações sociais servirão como base para troca de saberes que possibilitaram a discussão de diferentes temas, podendo cada sujeito expor sua leitura de mundo, possibilitando o uso da linguagem no contexto do aluno.
A educação se torna humanizada e democrática através do dialogo e a prática pedagógica será permeada pela conscientização do indivíduo, dos seus direitos e dos seus deveres como cidadão. Aproveitar na sala de aula sua realidade, seus relatos de vivencias e experiências possibilitaram a efetiva participação e a transformação deste cidadão.

Referência:
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 27.ª ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1987. p. 3-9.
______. O mentor da educação para a consciência. Revista Nova Escola. Julho de 2008. p. 70-72. Disponível em: < https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2459263/mod_resource/content/2/Informa%C3%A7%C3%B5es%20sobre%20Paulo%20Freire.pdf> acesso em 17 jul. 2018.
______.  A importância do ato de ler. 29a. ed. São Paulo: Cortez, 1994, p.12-15.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Inovações Pedagógicas


A Interdisciplina Educação e Tecnologias Da Comunicação E Informação nos fez refletir o quanto fomos agregando inovações tecnológicas na rotina pedagógica.
Na atualidade devemos agregar as tecnologias nesta rotina, trabalhar com tecnologia é uma ruptura com os mecanismos tradicionais de ensino e aprendizagem. E esta reconfiguração do ensino e aprendizagem deve ocorrer urgentemente para tornar a escola um local atrativo para esta geração e para as próximas gerações que estão por vir.

Sair da zona de conforto, abandonar o ensino tradicional é difícil e mais difícil ainda é as políticas publicas investirem em modernização das estruturas e equipar as escolas com equipamentos tecnológicos. A inovação tecnológica tem que estar relacionada com a inovação pedagógica, e fazer o uso das tecnologias pedagogicamente algo natural.

Alfabetização e Empowerment Político

A leitura de mundo ocorre bem antes do aprender a decifrar os signos, o alfabetizando lê o mundo ao qual faz parte, portanto “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”. O ato de ler a palavra envolve aprender a ler o texto e o contexto, então leitura de mundo e leitura da palavra se fazem ações necessárias no processo de construção de cidadãos críticos, pensantes e problematizadores. Este processo de libertação que acontece no âmbito social e coletivo, onde potencialidades e capacidades são desenvolvidas, provenientes de uma conscientização libertadora.
A educação bancária é protagonizada pela elite, dissemina e reproduz a desigualdade social educando para a submissão e divisão de classes. A educação problematizadora, ao contrário, tem uma pedagogia pensada com os educandos das classes oprimidas, sendo construída através das próprias necessidades e realidades, é um processo horizontal, pois não é proposto por classes dominantes para os dominados executarem, além disso, é o caminho para a construção da consciência reflexiva e politizada acerca das realidades sociais.
Diálogo-dialogicidade é a ação principal no processo de uma educação libertadora. "o diálogo implica uma práxis social, que é o compromisso entre a palavra dita e nossa ação humanizadora" p.130.
O diálogo implica debate, troca de ideias e informação, não se faz sozinho, é nesse sentido que freire aponta como uma ação principal e necessária na educação que quer transformar, através dessa dialogicidade o educando conhece o educador e vice versa, entende sua realidade e compreende suas necessidades, aflições, lutas, etc.
Alfabetização por sua vez é um processo que envolve ação e criação, portanto não pode estar dissociado da cultura, da realidade desses seres em processo de alfabetização. Quando o fio condutor desse processo é de interesse do aluno, pois lhe pertence de algum modo, a alfabetização se dá de forma eficaz e verdadeira, pois faz com que haja compreensão e não apenas a decodificação de letras, números e demais símbolos.
O artigo, a autora Mariléia resgata em Freire, os pontos fundamentais de uma prática alfabetizadora de adultos e alguns conceitos de letramento com a finalidade de discutir as aproximações entre a concepção freireana de alfabetização - leitura de mundo e leitura da palavra - e as diferentes concepções de letramento, entre outros autores.
Diante das diferentes opiniões discutidas entre outros autores, a autora Mariléia faz uma abordagem sobre a denominação terminológica dos múltiplos olhares sobre um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à palavra, tendo como forma de expressão a leitura e a escrita.
De acordo com o texto, a autora Mariléia, inaltece a postura de Freire, o quanto ele inspira confiança pela sua coerência entre o dizer e o fazer, sendo uma pessoa humilde, com disposição e diálogo. Deixando um legado pedagógico, permitindo olhar as conexões com o outro no mundo.Visando às múltiplas possibilidades de intervenção, uma vez que há condicionamentos e não determinações. Sugere que cada um se assuma como aprendente da própria história em busca do ser mais.
O sistema educacional infelizmente ainda é o local onde há falta de distribuição igualitária de educação, porém na verdade ocorre uma diferenciação onde da classe média para a alta a qualidade é uma e entre as classes menos favorecidas o intuito do sistema é manter sutilmente a grande massa amordaçada e atrelada ao sistema de ensino que os prepara para o mercado de trabalho apenas.
Ocorre um belo discurso de levar-se em consideração a realidade dos educandos como parâmetro para serem colocados como transformadores de sua história, mas na verdade dentro do sistema os professores são vigiados e limitados a produzirem desde o currículo escolar o que já vem hierarquicamente predefinido a ser transmitido.
Mantendo desta forma a finalidade dos interesses governamentais que é a limitação da compreensão do povo, digamos assim para que as articulações críticas não possuam força suficiente para se fazer ouvir. E que cabe aos professores contrários a esta realidade que encontrem dentro do seu fazer estratégias que possibilitem aos seus educandos construir o pensamento critico capaz mobilizar e modificar seu entorno.
Para que venha a concretizar-se a alfabetização radical, o pedagógico deve tornar-se mais político e o político, mais pedagógico. Ou ainda, há uma necessidade terrível de desenvolver práticas pedagógicas, no primeiro caso, que reúnam professores, pais e alunos em torno de visões da comunidade que sejam mais emancipadoras. O modelo freiriano de alfabetização emancipadora.
Paulo Freire proporcionou um dos poucos modelos práticos e emancipadores sobre o qual se pode desenvolver uma filosofia radical da alfabetização e da pedagogia. Como se sabe e está amplamente documentado, ele tem se preocupado, no correr dos últimos vinte anos, com o tema da alfabetização como projeto político emancipador, e tem desenvolvido o conteúdo emancipador de suas ideias dentro de uma pedagogia concreta e prática.
Ainda da maior importância, a alfabetização para Freire é, inerentemente, um projeto político no quais homens e mulheres afirmam seu direito e sua responsabilidade não apenas de ler, compreender e transformar suas experiências pessoais, mas também de reconstituir sua relação com a sociedade mais ampla.
Neste sentido, a alfabetização é fundamental para erguer agressivamente a voz de cada um como parte de um projeto mais amplo de possibilidade e de empowerment. Além disso, o tema alfabetização e poder não começa e termina com o processo de aprender a ler e escrever criticamente; ao contrário, começa com o fato da existência de cada um como parte de uma prática historicamente construída no interior de relações específicas do poder.
Para Corrigan e outros, a construção do significado dentro da escola é muitas vezes estruturada mediante uma gramática social dominante, que limita a possibilidade do ensino e aprendizagem críticos nas escolas. A linguagem dominante, neste caso, estrutura regulamenta não só o que deve ser ensinado, mas também como deve ser ensinado e avaliado.
A alfabetização e a libertação do recordar Reconstruir a história nesse sentido é situar o significado e a prática da alfabetização num discurso ético que tem como referência aquelas situações de sofrimento que precisam ser lembradas e superadas. Como elemento libertador do recordar, a busca histórica torna-se mais do que uma simples preparação para o futuro por meio da recuperação de uma série de eventos passados; em vez disso, torna-se um modelo para a constituição do potencial radical da memória.
Alfabetização como forma de política cultural, dentro desse tipo de análise, a alfabetização proporciona um foco importante para a compreensão dos interesses e princípios políticos e ideológicos em jogo nos entrechoques e nos intercâmbios pedagógicos entre o professor, o educando e as formas de significado e de conhecimento que eles produzem em conjunto.
Além de tratar o currículo como uma narrativa cujos interesses devem ser postos a descoberto e examinados criticamente, os professores radicais devem desenvolver condições pedagógicas em suas salas de aula que permitam que as diversas vozes dos alunos sejam ouvidas e legitimadas. Os professores devem propiciar aos alunos a oportunidade de examinar diversas linguagens ou discursos ideológicos, como se encontram desenvolvidos numa variedade de textos e de materiais curriculares.
Isso é importante por diversas razões. Uma pedagogia crítica precisa primeiramente validar e investigar a produção de leituras diferenciais. Ao fazê-lo, os alunos são estimulados a engajar-se na tarefa teórica e prática de examinar suas próprias posições teóricas e políticas. A seguir, uma pedagogia desse tipo deve criar as condições de sala de aula necessárias para a identificação e a problematizarão das maneiras contraditórias e múltiplas de ver o mundo que os alunos usem para a construção de sua própria visão do mundo.

REFERÊNCIAS:

ALFERES, Maria Aparecida. Alfabetização e Letramento: tecendo relações com o pensamento de Paulo Freire. Disponível em: <https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2388211/mod_resource/content/0/20170601130727.pdf> Acesso em: 10 abr. 2018.

BORGES, Liana da Silva. Alfabetização. In STRECK, Danilo R; REDIN, Euclides, ZITKOSKI, Jaime José. Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica Editora. 2016. 3a edição. Disponível em:
<https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2388209/mod_folder/content/0/Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o.pdf?forcedownload=1> Acesso em: 10 de abr. 2018.

GIROUX, H. A. Alfabetização e a pedagogia do empowerment político. In: FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. Disponível em:
<https://moodle.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=1465869> Acesso em: 6 de abr. 2018.
 Tarefa

Mídias & Educação

Imagem disponível em: <https://thaisoliveirajor.files.wordpress.com/2012/08/ilutac387ao-carlus-opovoeducacao-atualizado1-300x2912.jpg> acesso em 07 jun 2018.


Refletindo sobre processos de ensino e aprendizagem não tem como deixarmos de fora o uso das tecnologias como forma de ensino e aprendizagem. Comparando a aprendizagem e o desenvolvimento, percebemos que o desenvolvimento depende da experiência interativa com o meio, e somente com um bom desenvolvimento a aprendizagem se efetiva.
O ensino e aprendizagem se dão por ações interativas do professor e do aluno, ações de estimulação e assimilação. Esta relação esta além do professor passar a matéria/conteúdo e sim de despertar interesse do aluno.
A aprendizagem se torna mais prazerosa e receptiva em interações de afinidade e amorosidade e podendo ser potencializada com objetos tecnológicos que são de interesse do educando. Quando o educador conhece e o seu aluno em todos os aspectos singulares haverá uma facilidade de aprendizagem. O professor não pode fechar os olhos e ignorar as tecnologias, visto que as crianças nascem praticamente conectadas. 

REFERÊNCIAS:
BECKER, F. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Texto em PDF, disponibilizado pelo autor.

FERNÁNDEZ. Fátima Addine. Didática y optimización del processo de enseñanzaaprendizaje. IN: Instituto Pedagógico Latinoamericano y Caribeño – La Havana – Cuba, 1998

ZABALA, Antoni. A Prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos


Fernando Becker, no artigo “Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos” explanou sobre os modelos Empistas, Apriorista e construtivista. Exemplificando e caracterizando-os.
Na epistemologia empirista, a única fonte de conhecimento humano é a experiência adquirida em função do meio físico mediado pelos sentidos. Na perspectiva empirista, o ensino se dá centrado no professor que dita, fala, decide, ensina, pois crê que somente ele pode produzir algum novo conhecimento no aluno. Este, por outro lado, só aprende se o professor lhe ensina, lhe transfere o conhecimento.
Assim, o papel do aluno é escutar passivamente, executar ordens em silêncio, quieto, repetindo quantas vezes for necessário, até aderir em sua mente o conhecimento transmitido pelo professor. O sujeito encontra-se, por sua própria natureza, vazio, como uma "tábula rasa", uma folha de papel em branco.
Para Locke, o homem não pode atingir a verdade definitiva, pois tem nos fatos, e não nele, a fonte principal para tal explicação. Refuta a idéia das teorias inatas e com isso destaca a importância da educação e da instrução na formação do homem.
A pedagogia para os empiristas é diretiva. O aluno aprende se e somente se, o professor ensina.
O professor acredita no mito da transferência do conhecimento. O professor possui o saber e detém o poder estabelecido por hierarquia: "O professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador" (Freire, 1985, p. 38).
Sintetizando: Neste modelo o professor é um auxiliador do aluno, um facilitador, porque o aluno já traz um saber que precisa, apenas trazer a consciência, o professor interfere o mínimo possível. O professor deve ser um facilitador e auxiliador.
Por outro prisma a epistemologia apriorista opõe-se ao empirismo por considerar que o indivíduo, ao nascer, traz consigo, já determinadas, as condições do conhecimento e da aprendizagem que se manifestarão ou imediatamente (inatismo) ou progressivamente pelo processo geral de maturação. Toda a atividade de conhecimento é exclusiva do sujeito, o meio não participa dela.
Essas idéias inatistas seriam submetidas ao processo maturacional de forma pré-determinada ou a priori. A base do apriorismo é, portanto, que o sujeito está para o objeto, sem a interferência do meio.
A pedagogia apriorista é não-diretiva, difícil de viabilizar, portanto não é fácil de detectar sua presença na prática da sala de aula. O professor é um auxiliar do aluno, um facilitador.
O aluno já é um saber que ele precisa, apenas, trazer à consciência, organizar, ou ainda, rechear de conteúdo. O professor deve intervir o mínimo possível. Ou seja, para o professor o sujeito é determinado pelo mundo, pelo objeto, somente será produzido novo conhecimento no aluno se o professor ensinar. O professor deve estimular e motivar o aluno.
No construtivismo ou interacionismo representa uma postura epistemológica que compreende a origem do conhecimento na interação do sujeito com o objeto. Piaget traçou paralelos e analogias entre a Biologia e a Psicologia e mostrou que a inteligência é o principal meio de adaptação do ser humano. A inteligência não cria organismos novos, mas constrói mentalmente estruturas suscetíveis de aplicar-se às estruturas do meio.
Ela constitui uma atividade organizadora cujo funcionamento prolonga o da organização biológica e o supera, graças a elaboração de novas estruturas. A epistemologia construtivista propõe que o conhecimento não é dado como algo terminado, acabado. Um dos pressupostos do construtivismo é que nossa estrutura cognitiva está configurada por uma rede de esquemas de conhecimentos, os quais dependem do nível de desenvolvimento e dos conhecimentos prévios do sujeito.
No construtivismo, o sujeito e o objeto não são estruturas separadas, mas constitui uma só estrutura pela interação recíproca. Nesse sentido, a fim de propiciar que o aluno seja ativo e protagonista, na construção do conhecimento, surge a necessidade de o professor exercer um papel igualmente ativo, pois é ele quem dispõe das condições para que o aluno acione seus conhecimentos prévios, , o professor além de ensinar, aprende aquilo que o aluno já construiu até o momento, quer dizer “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” (FREIRE, 1996, p. 23).
Neste modelo o professor acredita que o aluno aprenderá se ele agir e problematizar sua ação, ou seja, o conhecimento se constrói na interação do sujeito com o objeto, o professor deve questionar e desafiar o aluno. O ensino deveria ser de maneira prazerosa e significativa para o aluno, partindo de suas vivências e dos interesses. Sendo assim concordo que o conhecimento não possa transitar da cabeça do professor para a cabeça do aluno.
Também não acredito na tese de que a mente do aluno é uma tábula rasa frente ao conhecimento do novo, pois tudo que o aluno já construiu serve de patamar para continuar a sua construção. O professor além de ensinar, precisa aprender o que seu aluno já construiu até o momento – condição prévia das aprendizagens futuras. O resultado desta sala de aula é a construção e a descoberta do novo. Esta sala de aula não reproduz o passado pelo passado, mas debruça-se sobre o passado porque aí se encontra o embrião do futuro.
Segundo Becker o aluno hoje é semelhante e diferente ao aluno de todos os tempos. Ele pergunta e se pergunta é porque está sendo reprimido, interfere com muito mais desembaraço. Ele dispõe de informações (TV, rádio, mídia impressa, internet, CDs, etc.) que vêm a ele em tamanha quantidade – não necessariamente em qualidade - como jamais a humanidade conheceu. E o modelo pedagógico relacional é o único que conseguirá dar conta dessa demanda.
O que seria então uma escola democrática, Rosanei Tosto em seu artigo aponta como sendo “utopia ou realidade”, infelizmente ainda não temos escolas totalmente democráticas. Os princípios de uma legitima escola democrática seriam a real e efetiva participação de todos os cidadãos na tomada de decisões. Que estes de fato e de direito fossem críticos e reflexivos, com valores que permeiem os direitos humanos e assim sucessivamente transformassem a sociedade.
Uma escola democrática é uma escola que se baseia em princípios democráticos, em especial na democracia participativa, dando direitos de participação iguais para estudantes, professores e funcionários. Esses ambientes de ensino colocam os alunos como os atores centrais do processo educacional, ao engajar estudantes em cada aspecto das operações da escola, incluindo aprendizagem, ensino e liderança. Os adultos participam do processo educacional facilitando as atividades de acordo com os interesses dos estudantes. (TOSTO, p. 2)
A autora fala da Escola da Ponte referência para todo o mundo e outras duas escolas que trabalham nesta linha aqui no Brasil, que servem de pesquisas e referências.

Ao contrário da metodologia tradicional aplicada na grande totalidade das escolas espalhadas pelo mundo, essa escola adota uma metodologia democrática onde cada aluno é único em seu aprendizado e por isso respeita-se o ritmo e as escolhas de cada um. Inicialmente fundada por John Dewey, a teoria central que serviu de inspiração para o surgimento da Escola da Ponte era denominada „escola pragmática‟ – ou educação progressista – e tinha como princípio que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional, mas também no interior das escolas. (TOSTO, p. 8)

Segundo o autor Phillipe Áries, em “Maquinaria Escolar” a concepção da infância nem sempre existiu, sua análise histórica menciona o comportamento de famílias desde a Idade Média ocidental, e relatou que a criança deste período era tratada como adulto.
Antes do século XVII as famílias não davam atenção às crianças, que eram vistas como “adultos em miniatura”, as mães logo após o nascimento entregavam os filhos as “amas de leite”. Não havia uma preocupação dos pais em acompanhá-los e educá-los, não existia vínculos e apegos afetivos como nos dias atuais.
A constituição de um novo conceito de infância veio a se desenvolver somente a partir do século XVIII, quando a infância e adolescência separam-se definitivamente que o bebe aparece como uma nova figura e através das artes plásticas ligada a iconografia religiosa desde finais da idade média começa a aparecer a infância e também seus direitos como criança cidadã.
“...a educação será um dos instrumentos chaves utilizados para naturalizar uma sociedade de classes ou estamentos: existem diferentes qualidades de naturezas que exigem programas educativos diferenciados. Em conseqüência se instituirão, pouco a pouco, diferentes infâncias que abarcam desde a infância angélica e nobilíssima do Príncipe, passando pela infância de qualidade dos filhos das classes distinguidas, até a infância rude das classes populares. Não é necessário dizer que os eclesiásticos prestarão especialíssima atenção as duas primeiras, ou infâncias de elite, já que sua influência sobre elas é decisiva para a conservação e extensão da fé e de seus próprios privilégios.” (VARELA, p. 05)

 


O texto de Lino de Macedo faz uma conexão entre o construtivismo e a escola, esta relação é abordada com simplicidade explicando a importância do método clínico para educação escolar e a formação do sujeito crítico, que por vezes é incompreendido porque ser uma ação induzida, porém que tem a capacidade de levar a criança a construir e desconstruir hipóteses, mostrando o conhecimento prévio da criança. Também fala do papel do professor o material que usa, disciplina em sala de aula e avaliação. Caracterizando o construtivismo e sua função educacional. Sob ponto de vista não-construtivista de modelos pedagógicos sem sentido e descontextualizados do universo da criança, onde o objetivo é a transmissão de conhecimento.



Referências:
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun. 1994. Semestral. 19(1). Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.

TOSTO, Rosanei. Escolas Democráticas Utopias ou Realidade. Revista Pandora Brasil, ISSN 2175-3318. v. 4. 2011. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7270548-Escolas-democraticas-utopia-ou-realidade.html>. Acesso em: 10 abr. 2018.

MACEDO, Lino de. O Construtivismo e sua função educacional. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.25-31, 01 jun. 1993. 18(1). Disponível em: <https://www.ufrgs.br/psicoeduc/piaget/o-construtivismo-e-sua-funcao-educacional/>. Acesso em: 10 abr. 2018.

VARELA, Julia et al. A Maquinaria Escolar. Teoria & Educação, São Paulo, n. 6, p.68-96, 1992. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/70553618/Julia-Varela-e-Fernando-Alvarez-Uria-Maquinaria-Escolar-1>. Acesso em: 10 abr. 2018.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Aluna exausta!


imagem disponível em: <https://kalabashmedia.com/2016/10/03/unsung-heroines-struggle-better-zimbabwe/> acesso em 05 jun 2018.
Hoje minha postagem é um desabafo!
Nossa estou tão exausta, tão cansada... trabalhar em duas escolas, cursar uma graduação, duas pós-graduação e ainda ter uma rotina familiar... aff.
Vejo-me como uma estudante do EJA cuja rotina é exaustiva, pois conciliar estudos, trabalho, família não é uma tarefa fácil e exige muito esforço físico e mental.
Mas nada que com esforço e uma dose extra de força de vontade não resolvam. A palavra desistir não existe em meu vocabulário. Então força, foco é fé!